Terrenos!

Fonte: G1

Na última quarta-feira (29), durante uma coletiva de imprensa, realizada na prefeitura de Ipatinga, a chefe do executivo, Cecília Ferramenta fez um apelo às famílias que ocupam irregularmente áreas públicas nos bairros Nova Esperança e Recanto, para que deixem os locais, que são considerados de alto risco e não indicados para a construção de moradias.

 “Pedimos a essas famílias para que saiam desses terrenos, de forma pacífica, pois não há condições técnicas para serem habitados. A nossa prioridade é garantir a preservação da vida e, por isso, refutamos toda e qualquer tentativa de enganar as pessoas que realmente necessitam de um lugar para morar com dignidade”, disse.

No início da noite de terça-feira (28), a Prefeitura de Ipatinga conseguiu na Justiça um nova liminar de reintegração de posse referente a um terreno invadido nos limites do Nova Esperança com o Recanto. Na semana passada, uma decisão judicial já assegurava ao município a posse da área ocupada irregularmente no Nova Esperança.

A decisão judicial foi expedida pelo juiz de Direito, Fábio Torres, que determinou um prazo de 24 horas para desocupação da área pública, contados a partir da intimação dos invasores. Além disso, a liminar autoriza que a Prefeitura de Ipatinga instale barreiras em todas as ruas de acesso à área ocupada, impedindo a entrada de pessoas e de materiais de construção.

No dia 18 de janeiro a Justiça de Ipatinga já tinha expedido uma liminar concedendo a prefeitura o direito de reintegrar posse das áreas localizada no bairro Nova Esperança. Na ocasião oficiais de Justiça estiveram na área e optaram por não executar a medida judicial, em função do pouco aparato policial disponibilizado pelo 14° Batalhão da Polícia Militar para a ação.

Cumprimento da decisão

A liminar expedida determina ainda que a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) ofereça suporte aos fiscais da prefeitura durante a desocupação das áreas invadidas, utilizando-se da força, se for necessário. Além disso, os ocupantes que descumprirem a determinação judicial estão sujeitos ao pagamento de multa no valor de R$ 1 mil.

De acordo com o comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Edvânio Carneiro para fazer cumprir a determinação da justiça, a corporação está organizando um planejamento para reintegrar as áreas. “ Estamos montando um esquema para conseguir realizar a retirada das famílias, mas infelizmente isso não pode ser divulgado e também não temos uma data certa para dizer quando essa reintegração será feita”, diz.

A dona de casa Maria Perpétuo Lima disse que não vai deixar a área. A ocupante revela que não fez delimitação de lote, e muito menos deseja utilizar do local para conseguir grandes proporções de terra. A moradora relata que apenas quer um local para ela e seus três filhos morarem, pois eles perderam tudo com as chuvas ocorridas no fim do ano de 2013.

“Se tem gente marcando grandes terrenos e querendo tirar vantagem sobre essa situação esse não é meu caso. Peguei uma área de menos de dois metros quadrados e só quero construir uma casa para eu morar com meus filhos. Esse negócio de aluguel social é furada visto que um dia eles vão deixar de pagar. E quando esse dia chegar eu vou pra onde para debaixo da ponte?”, indaga.

Ao ser questionada em relação as famílias que etão na área de ocupação, a prefeita Cecília Ferramenta diz que os invasores, mão são pessoas que perderam suas casas com as chuvas. A chefe do executivo relata que as famílias desabrigadas com os temporais de dezembro estão todas relocadas em casas custeadas pelo governo municipal.

“Na invasão infelizmente não existem pessoas que foram prejudicadas com as chuvas. Todos que na época sofreram danos e perderam suas casas devido aos temporais foram enviados para escolas da cidade e em seguida entraram para o programa de aluguel social. Dessas famílias estamos tomando conta. A verdade é que os ocupantes estão aproveitando dessa situação para sensibilizar a sociedade”, explica.

A prefeita diz ainda que essa atitude de ocupar um lugar de risco, a qualquer custo pode trazer um prejuízo muito grande para todos envolvidos no caso.

“Essas ações de ocupações são promovidas de forma irresponsável, sem levar em consideração qualquer tipo de parâmetro aceitável. As invasões, da forma como são feitas, não representam solução alguma e, ao contrário, causam transtornos para todos, as próprias famílias que buscam um teto em local impróprio, o meio ambiente e, também, a sociedade como um todo”, analisou a prefeita.

FONTE: G1.